terça-feira, 31 de outubro de 2006


Amizade entre homens e mulheres existe???

Tenho certeza que sim

Em 21 de janeiro de 1995 eu estava com quase 17 anos, curtindo uma tremenda dor de catovelo desde os 16 anos, chorando quase todos os dias por um amor bandido. Quando em mais um final de semana, sem muitas expectativas, sai com meu irmão e um amigo dele e fomos a um barzinho. Chegando lá conheci de forma bem inusitada um jovem de 18 anos (que não é o meu marido, este eu conheci 3 anos depois). Lindo, loiro, dos olhos azuis e com o sorriso mais contagiante que me recordo.

Foi empatia a primeira vista ou digamos amor, pois esse sentimento entre homem e mulher necessariamente não precisa envolver sexo.

Iniciamos um namoro que durou tão pouco, que acho que foi apenas uma brincadeira, na fase que estávamos os hormônios falaram mais alto. Mas no fundo sempre fomos verdadeiros amigos. Ele chegou no momento certo na minha vida, enxugou minhas lágrimas, derramadas insistentemente pelo outro e me fez ver tudo colorido de novo. Costumo dizer que ele foi meu anjo vestido de branco (estava prestando vestibular para medicina).

Logo ele foi estudar fora e falávamos por telefone ou quando marcavamos de sair. Durante uns três anos saímos no dia 21/01 para comemorar o aniversário da nossa amizade.

Depois a vida nos levou por outros caminhos e nos distanciamos um pouco, nestes 12 anos de amizade eu sempre procurei por ele, ia até a sua casa, ligava, não esquecia de cumprimentá-lo em seu aniversário e algumas vezes nos encontramos para almoçar ou jogar conversa fora.

Meu marido o conhece e gosta dele também, claro que eu muito mais. Ele fala que o acha um pouco chato, pois de dez palavras dele, nove são sobre medicina e eu brinco que é porque o Ricardo nunca esperou a décima primeira. Eu o adoro, ele é o tipo de cara que você fica horas conversando e não enjoa. Neste tempo todo, já conheci várias namoradas, percebi o quanto ele estava apaixonado e o quanto se decepcionou.

Enfim, para mim ele é um ótimo amigo e eu sempre tive muito carinho por ele, mas achava que era só da minha parte, pois eu sou assim e acho que não vou mudar nunca. Eu amo ter amigos, adoro ter história para contar, de lembrar o tempo que já passou de como já choramos ou demos risadas juntos e não me importo (durante um tempo) se eu sou a única que liga, a única que procura. Digo durante um tempo, pois chega uma hora que dá impressão que você é uma chata.

E era isto que estava acontecendo, a última vez que o vi foi quando a Melissa estava com três meses e foi por acaso em uma esquina de M. Mirim. Depois disso, quando fui operar os olhos procurei por ele para saber como teria informação sobre a competência de um médico, ele não estava e não me retornou, então eu disse ao Ricardo que nunca mais ligaria, pois depois de 12 anos estava cansada (eu digo que não sou uma pessoa insistente, mas to começando achar que tem algumas coisas que eu demoro a me decidir).

Eis que ontem meu celular toca e eu sem acreditar muito escuto a seguinte frase : _ oi, sou eu.

Conversamos rapidamente e eu fiquei muito, mas muito feliz. Não estava acreditando, que finalmente depois de tanto tempo, ele estava retornando uma ligação minha espontâneamente, para saber de mim e da minha filha, isto porque jurava que eu estava grávida de novo. Pode!

Que delícia, estou radiante até agora. Meu marido nem acreditou, achou bom porque eu paro de reclamar pelos cantos que só eu sou amiga dos outros. Ah! Esqueci de dar crédito ao meu marido, que em momento algum implicou com a nossa amizade. Aliás uma vez ele me disse uma frase que me fez admirá-lo ainda mais , quando questionado se ele tinha ciúmes da nossa amizade ou se imaginava outra coisa, ele respondeu "Em todos esses anos eu nunca percebi nada do seu lado ou do lado dele, então não tenho porque tentar impedir esta amizade".

Bom resolvi contar isso para vocês, pois tiveram tanta paciência em me aturar no desabafo da discussão com a minha vizinha que achei legal dividir coisas boas.

Por Mamãe Fabiana às 16:38 | | 0 Aqui também pode!

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