segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Escolha da nova escola

Durante uns três dias ficamos pensando o que seria melhor para Melissa

Escola Grande X Escola Pequena

Qual Método Pedagógico : Montessoriano? Positivo? Construtivista? Tradicional?

Procurei conversar com outras mães, as que, assim, como eu estavam passando pelo mesmo problema. Percebi que havia uma divisão, umas já haviam decidido transferir a filha para uma escola grande de tradição na cidade, outra preferia uma escola pequena, mas estava em dúvida. Então sai a procura de textos, revisão nas revistas antigas, busca na internet e principalmente visita as escolas. Porque no final eu acho o que conta mesmo é a impressão que ficamos do local, os valores que a escola prega e porque não, o método utilizado, pois nem sei se um dia saberemos mesmo se fizemos a escolha certa.

Nossa! Esse negócio de escolher pelo outro, no caso nossa filha é um bicho de sete cabeças, eu não sei por que tem pais que com filhos já adultos, ainda continuam querendo escolher por eles, deixa cada um ter dor de cabeça sozinha, ué!

Mas voltando ao assunto atual, que isso ainda está muito longe e eu e o pai dela ainda faremos muitas escolhas por ela, chegamos a uma conclusão: escolhemos uma escola média! Ah! Descoberta da China, escolher o meio, oh que coisa tão óbvia.

Não foi tão fácil assim, na verdade eu acho que foi sorte ou destino!

Havia uma divisão aqui em casa, eu queria uma escola pequena, onde a Melissa fosse tratada como “uma bebê grandinha” que não houvesse cobrança com relação à alfabetização, que ela tivesse muito espaço para brincar, para dormir, sem pressão para tirar as fraldas, que se alimentasse bem e que principalmente o excesso de televisão fosse cortado (porque apesar de gostar muito da escolinha antiga, todas as vezes que eu ia buscar a Melissa ou deixar a televisão estava ligada).

O pai acreditava que em uma escola maior ela poderia ficar até o final de seus estudos e com certeza essa coisa de televisão seria cortada, que ela já aprenderia a cumprir regras e que sendo preparada desde pequena não iria sofrer com mudanças de escola ou métodos pedagógicos exigentes e estaria pronta para o vestibular. Porque nos dias de hoje o mercado é muito competitivo e trá-la-lá e trá-la-lá.

Não vou dizer que essas dúvidas também pairam sobre minha cabeça, mas eu ainda acredito que tudo tem o seu tempo e que lá na frente quando ela estiver no colegial (que nem se chama mais isso, agora é ensino médio) exigiremos dela um estudo mais voltado para o vestibular.

Resolvi seguir as seguintes dicas:

A boa escolha é sempre fruto de uma boa pesquisa”, sintetiza a doutora em Educação, Evely Boruchovitch, docente do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “É muito importante também que, antes de iniciar a peregrinação pelos estabelecimentos de ensino, os pais pensem com calma naquilo que esperam da escola. Quanto mais próximos estiverem os valores cultivados pela família dos valores defendidos pela escola, mais chances haverá de sucesso no processo educativo”. Para efeitos de escolha, os pais talvez se sintam menos perdidos se tiverem em mente que há, na prática, duas grandes correntes: as escolas ditas modernas e as escolas tradicionais.

Buscando saber um pouco sobre cada método, achei esta matéria na Revista Pais e Filhos e gostei do método.


O que é o construtivismo

O método inspirado nos ensinamentos de Jean Piaget, criado há um tempão, continua super na moda

Pode parecer precoce, mas preocupar-se desde o jardim da infância com o método educacional adotado pela escola em que seu filho vai estudar pode - e muito - influenciar no desenvolvimento da criança e no futuro adulto que ela vai se transformar. Apesar do modelo tradicional adotado pela maioria das escolas perdurar há anos, muitos pedagogos e colégios levantam a bandeira a favor do método de ensino conhecido por construtivismo.

Baseado nos ensinamentos de Jean Piaget, o filósofo suíço que trouxe grande contribuição para a pedagogia, o construtivismo chegou ao Brasil na década de 60.

O método prega que o conhecimento e a inteligência da criança vão se desenvolvendo passo a passo, como em um processo de construção. "Não é um procedimento apenas assimilativo e repetitivo como o modelo tradicional de ensino", diz Neide Barbosa Saisi, mãe de Kátia, Marcello e Gianpietro, professora de fundamentos da educação da PUC-SP. "No construtivismo, a criança capta informações dos meios físico, social e cultural e é instigada a participar ativamente."

Imagine, por exemplo, uma criança de 2 anos que entra em contato com um livro. Ela vai rasgar, chupar, babar, chutar e explorar o livro segundo a cabeça e a vontade dela. "O construtivismo diz que o homem não nasce pronto, mas é construído à medida que interage com seu meio, desenvolvendo sua inteligência e a compreensão do mundo a partir dessa interação."

Numa escola construtivista, é assim: "O professor deve criar situações, instigar, despertar a curiosidade da criança e colocá-la em situações que a façam, ela mesma, buscar respostas", diz Neide.

Trocando em miúdos, a construção do conhecimento nasce desde a primeira mamada, do ato de sugar. A base do construtivismo diz que a criança não é um depositário de informações, mas um ser responsável por construir a própria cultura e opinião. É por isso que, para seus seguidores, quanto mais estímulo a criança tiver desde cedo, melhor.

Psicopedagoga do Espaço da Vila, escola para crianças de 0 a 3 anos que adota o método construtivista, Helena Yazbek, mãe de Maurício, Valquíria e Ana Paula, dá um exemplo prático de ensino: para ensinar as cores, o professor conta a história do peixe vermelho e, a partir disso, faz a criança compreender como é a cor, indo além do tradicional método de decorar.

De acordo com o construtivismo, instigar o aluno a expressar e a defender pontos de vista é um processo que não acaba nunca. Há escolas que continuam aplicando o construtivismo em adolescentes e até em adultos, incentivando o aluno a participar sempre, a ter motivação e uma boa auto-estima.



CONSULTORIA
Neide Barbosa Saisi
, professora. Tel. (11) 3670-8162.
Helena Yazbek, psicopedagoga. Tel. (11) 3727-2700.

Fonte Revista Pais e Filhos Edição 401 Outubro/2003.

Visitamos várias escolas e de cara o Ricardo mudou de idéia com relação à escola grande, quando soube que o lanche deveria ser levado de casa ou comprado na cantina, achamos que ela é muito pequena para isso.

Eis que resolvi por acaso visitar uma escola indicada pelo pediatra da Melissa e A D O R E I !

A escola é tudo o que eu procurava há um tempão. Como Assistente Social sempre pensei em uma escola que valorizasse os valores humanos, a solidariedade, o respeito ao meio ambiente,a cidadania. Vou descrever rapidamente tudo o que ouvi lá e os motivos que nos levou a optar por ela.

Projeto Político Pedagógico

Seguem o método construtivista e aplicam a teoria proposta pelo educador Paulo Freire.

Chamam as séries de ciclos que vai da educação infantil até a 8º série. A Melissa entrará no ciclo I que vai de 2 até 5 anos, ela iniciará o ano com 1 ano e 8 meses mas poderá freqüentar a escola, uma vez que já fez o Maternal I. Trabalham com turmas pequenas, serão oito alunos na sala da Melissa com uma professora e uma auxiliar. Não haverá pressão para tirar as fraldas “tudo ao seu tempo” (fui em uma escolinha que a turminha que ela iria entrar logo sairia das fraldas).

Mantêm projetos contínuos como o Teatro na escola, Circo na Escola, Troca de Saberes, ( A Melissa fará parte destes projetos). Os outros serão, nos demais ciclos : Sarau, Grupos de Livre Escolha, Grupos de Intercâmbio.

Todo mês um avô e uma avó vão à escola e conversa com as crianças sobre sua infância, brinquedos, brincadeiras.

Visitam creches públicas da cidade, onde passam um dia na creche sempre levando algo preparado por eles e depois as crianças da creche vão até a escola para passarem o dia.

Não comemoram o Dia dos Pais e das Mães, porém realizam a “Festa da Família que acontece uma vez ao ano e tem como objetivos: confraternização de todas as famílias da escola; compartilhar alimentos (lanche comunitário); alimentos excedentes são oferecidos a instituições”

A escola está instalada em uma CASA HISTÓRICA, com mais de 100 anos de construção e muito bem conservada. Por isso, as salas de aula são amplas e arejadas. Em cada canto da casa há muita MEMÓRIA preservada. Os alunos matem bastante contato com a Natureza. A escola possui um quintal com árvores frutíferas, onde foram instalados quiosques de palha e área com brinquedos infantis. A escola investe na educação alimentar, sendo mais um diferencial (A Melissa vai freqüentar a cozinha experimental, participando do preparo de alguns alimentos e estudando outros, já estou até imaginando aquele cotoco com toquinha na cabeça se lambuzando na cozinha). Os alunos não precisam levar o lanche. As refeições são oferecidas no refeitório e supervisionadas por nutricionista”. Já recebi a agenda dos pais, com o cardápio para o ano inteiro e também as reuniões. Também soube que eles criam tartaruga, galinha, passarinho e que a Melissa poderá acompanhar o desenvolvimento todo deles, desde botar o ovo, chocar e o pintinho nascer. Vão ao quintal fazer expedição com lupa para ver os tatus-bola, minhoca e outros bichinhos. Fiquei encantada com a sala de leitura que a Melissa frequentará diariamente, tem umas estrelinhas e duas fadinhas penduradas no teto e muitos , mas muitos fantoches e depois de lerem a história eles vão a sala de teatro encená-la. Tem um dia de socialização entre os pequenos e os maiores, o ciclo I faz um dia de atividade conjunta para que aprendar a se respeitarem.

Enfim, estou muito feliz e como todo mundo diz: Há males que vem para o bem!!!! O fechamento da escolinha da Melissa foi triste, mas possibilitou o conhecimento dessa outra escola.

Ela começará na escola nova no dia 22/01 faremos uma semana de adaptação, o horário ficou um pouquinho corrido para nós, teremos que pegar trânsito e tudo mais. Mas depois de tudo isso que eu contei com certeza vale a pena.

Por Mamãe Fabiana às 17:11 | | 0 Aqui também pode!

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