terça-feira, 27 de março de 2007

Reflexões sobre educar um filho




Estes dias tenho dado conta do tamanho da minha responsabilidade enquanto educadora. Porque afinal a partir das minhas decisões, do meu comportamento, das minhas ações e até palavras a personalidade da minha filha, irá se formando.

Acredito que traços da personalidade já nasçam com ela, porém outros se solidificam ou vão surgindo a partir da vivência de cada um.

Caramba, e agora?

Primeiro eu achava que para ter um filho era preciso querê-lo, depois amá-lo, depois criar condições para que ele viesse. Com o nascimento da Meme, descobri que além de querê-la, amá-la, ter condições emocionais e financeiras, era preciso ter paciência, muita paciência, um caminhão dessa virtude.

Seria tão bom se tivesse para vender, né! Eu faria loucuras para comprá-la. rrss

Os bebês vão crescendo, tornando-se criancinhas, que fazem feiuras, batem, mordem e nós mães e pais ficamos perdidos em meio a tanta informação e às vezes nenhuma.


Porque às vezes
me sinto assim, leio muito, converso um bocado. Mas quando estou diante de uma menininha de 93 cm de altura que nem fala direito, me respondendo com a certeza mais absoluta do mundo e a teimosia mais concreta que já vi, que não vai tomar banho, ou "eu telo Xuxa", "eu não telo papa", "eu vou tilá a meia".
Eu uma adulta, dona do poder naquele momento, fico desarmada, olhando para ela e pensando:

- Apelo para "vai fazer e pronto" e entro em um embate físico?
- Apelo para "peloamordedeus me atenda" e inicio um longo monólogo de palavras carinhosas na tentativa de convencimento ?
- Perco o senso crítcio "dou-lhe umas palmadinhas" e em meio a berros estridentes e choros sentidos, tento ter meu pedido atendido?

Porque a Melissa tem demonstrado ser dona de uma personalidade forte e de uma teimosia única (ou bem características dos inúmeros taurinos que me rodeiam). Se ela acha ou decide alguma coisa, eu às vezes desisto de convencê-la o contrário. Por inúmeras vezes já tentei, por exemplo, convencê-la de que o lápis verde é azul, e não tem jeito ela sempre fala azul e isso é para quase tudo.

Quando me vejo diante das situações descritas acima, já fiz uso dos três rercusos, sendo o último o mais relutante para mim, defensora ferrenha de que "um tapinha dói sim".

Sabem o que eu tenho feito e isso tem me levado aos questionamentos que iniciarem este post?

Respeitado o espaço e algumas vontades da Melissa.

Como assim? Agora em nome do respeito a individualidade da minha filha de menos de 2 anos, vou deixá-la fazer o que quiser???

Não, não mesmo. Mas tenho percebido que com ela, não consigo nada na imposição. Talvez isso seja da idade e todos os bebês reproduzam esse comportamento, pois já li outras mães blogueiras falando sobre isso, talvez seja mesmo um traço da personalidade da Melissa.

A questão é que tenho procurado não entrar em embates com ela, porque além de desgastantes em muitos eu perdi, cedi as suas vontades.

Vou citar um exemplo do que tem acontecido aqui em casa. Melissa todos os dias chega da escola e depois de devidamente acordada vai para o sofá com sua "pessi" (chupeta) e o "poio" (fralda pequena) e pedi para ver a Xuxa, Mônica ou "Cocoicó". Eu a chamo para tomar banho, ela categoricamente diz "não telo mamãe", eu explico direitinho que eu vou tomar banho, qualquer coisa me chama, mas se ela resolver estarei a esperando no banheiro. Tomo meu banho sossegada e 5 minutos depois tenho uma garotinha contente, tirando a roupa para "dar banho na mamãe".

E tenho seguido essa prática em outras situações. Outro dia estávamos as duas em casa comendo milho, ela queria a manteiga - eu disse que não (já estava com o milho dela todo lambusado). Ela ultimamente tem tido rompantes de raiva e jogou tudo no chão, ainda me olhando de forma bem desafiadora. Eu continuei comendo e ela berrando, determinado momento ela viu que não iria adiantar, pediu a chupeta e ficou quieta. Terminei de comer, deixei tudo onde estava, fomos para a sala, brincamos um pouco. Quando senti que ela estava mais calma, mandei ela pegar sua vassoura e a pá (ela ganhou de Natal da avó um carrinho com vassouras, pá, balde e rodo para o tamanho dela, só assim deixou a Fátima sossegada) e ir limpar a sujeira que ela tinha feito. Sem mencionar o milho no chão. Ela foi prontamente pegou os utensílios e foi até o local limpar e ai conversamos a respeito, se tivesse feito ela pegar na hora com certeza não teria feito.

Nem sempre consigo fazer desta forma, tem horas que a paciência some, ficamos de saco cheio e queremos a ordem obedecida na hora, mas tenho procurado me conter.

Penso sempre no exemplo que eu sou para ela e se quero que ela aprenda a respeitar, estou começando desde já a respeitar seu jeito de ser. Sem perder de vista a minha autoridade e o meu papel de educadora.

De vez em quando surgem umas caraminholas e fico me perguntando será que isto é certo, deixar ela decidir, será que eu não estou protelando e evitando enfrentá-la?

Mas sinceramente quando estas dúvidas surgem eu tenho certeza que o que deve falar mais alto nessas horas é a voz do coração. No final eu penso : - tem dado certo para algumas coisas, vamos ver até quando. Se estou sentindo que esta bom, então vamos tocar o barco.



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Por Mamãe Fabiana às 11:42 | | 0 Aqui também pode!

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